Placas estão fixadas no saguão de entrada do Hospital
Quem quiser conhecer um pouco da história do agora centenário Hospital de Caridade de Vargem Grande do Sul, que completa 100 anos de fundação nesta terça-feira, dia 13 de maio de 2025, basta andar por seus corredores e observar nas paredes as placas de homenagens colocadas nas muitas salas e alas do prédio.
Nelas podemos notar a presença dos muitos médicos que aram pela instituição, de funcionários e pessoas que deram seus exemplos de servir ao próximo e também o nome de alguns dos muitos benfeitores da entidade.
Pavilhão Dr. Gabriel Mesquita
Dr. Gabriel Mesquita foi um médico muito conhecido em Vargem Grande do Sul. Foto: Reportagem
Uma das placas que chama a atenção, é a afixada no pavilhão Dr. Gabriel Mesquita. Médico muito conhecido no ado, ele nasceu em 1902 e faleceu em 1970, num acidente automobilístico. Formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, chegou em Vargem em 1930, vindo de São Sebastião da Grama.
Além de médico muito prestigiado na cidade, certamente utilizou de seus conhecimentos para salvar muitas vidas no hospital, sendo citado como tendo sido provedor do Hospital de Caridade e colocado o órgão à disposição da causa constitucionalista de 1932. Dr. Mesquita foi prefeito por três gestões em Vargem Grande do Sul, o que demonstra o quanto era querido pela população, fazendo jus à sua homenagem.
Centro Cirúrgico Dr. Antônio Carlos Ranzani
A atuação do dr. Ranzani tornou-se referência regional. Foto: Reportagem
Dr. Antônio Carlos Ranzani causou impacto na sua atuação como médico em Vargem Grande do Sul quando começou a clinicar no município, vindo de Ribeirão Preto, onde se formou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 1966 e fez residência médica no Hospital das Clínicas localizado em Ribeirão Preto, em cirurgia geral e anestesiologia.
Segundo dados colhidos pelo jornal junto ao historiador Mario Poggio Junior, após a conclusão da residência médica recebeu a sugestão de vir trabalhar em Vargem Grande do Sul, de seu professor, o vargengrandense dr. Célio Fontão Carril, e, também, o convite formal do ex-prefeito Nestor Bolonha, que foi a Ribeirão Preto, acompanhado pelo provedor do Hospital de Caridade Antônio Coury, do jornalista Walter Tatoni e do presidente da Câmara Sebastião Navarro, ocasião em que foram levantadas as necessidades do hospital, que precisava de um centro cirúrgico, o qual foi construído e inaugurado em 1970.
Seu jeito de lidar com os pacientes e a lufada de modernidade que trouxe em sua bagagem profissional o colocaram como um dos mais procurados não só pelos munícipes da cidade, como também da região.
Teve uma grande atuação no Hospital de Caridade, principalmente nas cirurgias que realizava e seu nome consta do Centro Cirúrgico dr. Antônio Carlos Ranzani.
Atualmente aposentado, dr. Ranzani também atuava politicamente, sendo candidato a vice-prefeito, participou das festas culturais da cidade, com destaque para a Romaria dos Cavaleiros de Santana, é escritor, autor do livro “Casa Branca, a princesinha bandeirante e seu doutor Chiquinho” e gosta de escrever poesias.
Pavilhão Dr. Ítalo Stoppa
Dr. Ítalo foi um dos médicos mais antigos do Hospital. Foto: Reportagem
Outro médico que deu nome a um dos pavilhões do Hospital, é o dr. Ítalo Quirino Stoppa, inaugurado em 26 de agosto de 2006. Nascido em São João da Boa Vista, formou-se pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1952. Em 1953, foi convidado a substituir o Dr. Célio Carril que saía do Hospital de Caridade para lecionar na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Um dos mais antigos médicos do Hospital, já falecido, dr. Ítalo era conhecido pela sua parte humana e pelo bom humor que tratava a todos, merecendo por suas atitudes, ter seu nome dado a um dos pavilhões do nosocômio.
Maternidade Dr. João Peres
A maternidade do Hospital leva o nome do médico obstetra dr. João Rodrigues Peres, nascido em Vargem Grande do Sul no dia 13 de janeiro de 1900 e falecido em 19 de setembro de 1968. Provavelmente foi o primeiro médico vargengrandense a se formar e também foi diretor do Hospital, segundo dados do livro “A Pérola da Mantiqueira”, Volume II, do escritor José Osvaldo Garcia Leal.
Além de médico, foi escritor e dentre seus livros destaca “Apuros e mancadas de médicos do Interior”, publicado em 1943, onde cita que prestou seus serviços de medicina em Vargem Grande antes mesmo da inauguração do Hospital. Segundo o livro, dr. João Peres clinicou em Vargem de 1923 a 1937, sendo que nos últimos anos também dirigiu o Hospital de Caridade, que logo após sua saída, foi fechado por motivo da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), sendo reaberto ao final do conflito pelo dr. Lauro Corsi, entre 1945/1946. Após residir em Vargem, dr. João Peres morou em Mococa e depois em São José do Rio Pardo.
Dispensário de Medicamentos Dr. Edward Gabrioli
Dr. Gabrioli foi um dos expoentes da medicina na sua época. Foto: Reportagem
Um médico que ficou muito conhecido em Vargem Grande do Sul, foi o dr. Edward Gabrioli, que dá nome ao Dispensário de Medicamentos do Hospital de Caridade, inaugurado em 1º de agosto de 2009. De família vargengrandense, formado no Rio de Janeiro, ou a clinicar na década de 50 no município e era muito competente.
Sua morte trágica durante um acidente na década de 70, privou a cidade de um dos seus mais conceituados médicos na época. Ele também leva seu nome em uma das unidades básicas de saúde do município, localizada na Vila Polar.
Pavilhão Dr. Glaucio Marini de Andrade
O médico foi um dos percussores de análises clínicas em Vargem. Foto: Reportagem
Outro médico que teve seu nome agraciado em um dos pavilhões do Hospital, foi o dr. Glaucio Marini de Andrade, datado de 2 de junho de 2007. Também já falecido, dr. Glaucio nasceu em 3 de agosto de 1933 em Vargem Grande do Sul e estudou na Escola Paulista de Medicina, iniciando a medicina em Vargem Grande em 1960, como clínico geral. Foi um dos percussores de análises clínicas do município e durante muitos anos clinicou no Hospital de Caridade, onde atuava como cirurgião, pediatra, obstetra e anestesiologia, obtendo o respeito de seus colegas, tanto que foi diretor clínico por três vezes, iniciando em 1963, depois de 1968 a 1970 e por fim em 1985.
Sala dos Médicos Dr. Antônio Cesar Manzoni
Dr. Antônio Cesar Manzoni foi homenageado levando o nome da sala dos médicos. Foto: Reportagem
O dr. Antônio Cesar Manzoni foi homenageado com seu nome sendo dado à Sala dos Médicos, inaugurada em 17 de setembro de 2016. Sua atuação junto ao Hospital de Caridade e seu bom relacionamento com a equipe médica, levou ao reconhecimento recebido.
Médico formado em 1973 pela Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp), fez residência entre 1974 e 1975 em pediatria, sendo a área que atuou até 2004/2005 em Vargem Grande do Sul, onde montou consultório e também ou a atender no Hospital de Caridade.
A partir desta data, sua atividade foi exclusivamente como perito médico previdenciário junto ao INSS, onde se aposentou compulsoriamente em 2023.
Central de Materiais Esterilizados dr. Renato Jonas Milan
O médico dedicou sua vida ao Hospital de Caridade. Foto: Reportagem
Nascido em Vargem Grande do Sul em outubro de 1941, o dr. Renato Jonas Milan é outro médico vargengrandense que dedicou sua vida profissional ao Hospital de Caridade, onde fazia parte do Corpo Clínico e chegou a ser diretor por um breve período em 1988.
Em 1964, ingressou no curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e se formou em 1969, como também efetuou residência médica em cirurgia geral, a qual concluiu em 1972.
Após sua formatura, decidiu retornar à Vargem Grande do Sul onde iniciou suas atividades no Hospital de Caridade, com o apoio do dr. Edward Gabrioli, atuando no mesmo por cerca de 40 anos, prestando também assistência à maternidade e pediatria, com a realização de partos e cirurgias e posteriormente, atendeu junto ao Posto de Pronto Atendimento-PPA. Faleceu em 28 de fevereiro de 2015, aos 73 anos, e foi sepultado no Cemitério da Saudade local.
Sala de Monitorização Benedito Martins
Benedito Martins era mais conhecido como Dito Enfermeiro. Foto: Reportagem
Dentre as muitas placas que homenageiam pessoas que fazem parte da história do Hospital de Caridade, há uma indicando a Sala de Monitorização que leva o nome do enfermeiro Benedito Martins, mais conhecido como Dito Enfermeiro. A sala foi inaugurada em setembro de 1999.
“O Senhor Benedito Martins, mais conhecido por “Dito Enfermeiro”, foi um grande exemplo de amor ao próximo e à profissão, pois trabalhou com afinco muitos anos após sua aposentadoria”, cita sobre ele o historiador Mario Poggio Junior em seu livro sobre as personalidades de Vargem.
Nasceu em 16 de novembro de 1923, na cidade paulista de Caconde, faleceu em 12 de novembro de 2005, aos 81 anos, e foi sepultado no Cemitério da Saudade. Veio para Vargem Grande do Sul, por intermédio do dr. Lauro Corsi, também responsável pela vinda das “Irmãs de Caridade” e começou a trabalhar no Hospital em 1º de julho de 1948.
Foram anos de dedicação e mesmo após se aposentar em 5 de dezembro de 1985, não parou de trabalhar, exercendo sua profissão até o final de seus dias, quando em 1º de novembro de 2005, ou mal, enquanto cuidava de um enfermo na Unidade de Terapia Intensiva- UTI, vindo a falecer alguns dias depois aos 81 anos de idade.
Além dos médicos e enfermeiros, outros personagens que prestaram relevantes serviços ao Hospital foram homenageados e podemos ver suas placas nas paredes da entidade. É o caso de Santiago Aliende, que tem o nome junto à Agência Transfusional, inaugurada em 19 de maio de 2011. Nascido em São Sebastião da Grama, em 1º de maio de 1916, ocupou o cargo de vice-prefeito do município e foi provedor do Hospital de Caridade durante muitos anos, sendo um dos responsáveis pela vinda das Irmãs Franciscanas da Ordem da Penitência para o nosocômio.
Homenagem às Irmãs de Caridade
Homenagem está na capela dentro do Hospital. Foto: Reportagem
Em 1948, as Irmãs de Caridade vieram trabalhar na entidade, foram convidadas quando ocupava o cargo de provedor e diretor clínico o dr. Lauro Corsi. Pelos inestimáveis trabalhos que realizaram na entidade por mais de 70 anos, encerrados por volta de 2002, a Irmã Madre Maria Bernadete tem seu nome afixado na capela existente dentro do Hospital, com data de 19 de maio de 2011.
Segundo apurou o jornal, a proposta de cooperação das Irmãs de Caridade foi do dr. Lauro Corsi, que ainda recém-formado pela Faculdade de Medicina, veio atuar no Hospital de Caridade. Na ocasião ele falou com o padre Celestino e viajou para São Paulo e Ribeirão Preto, até que conseguiu seu intento.
“A cidade recebeu as Irmãs em festa, conduzindo-as, depois da missa solene, até o Hospital e vários oradores expressaram a satisfação do povo vargengrandense, com a chegada das novas dirigentes do Hospital de Caridade. Importante ressaltar que o artigo publicado na época no jornal A Imprensa, ainda destaca a atuação da Irmã Teresinha, responsável pelo berçário”.
Pavilhão Antônio Coury
Um nome que está intimamente ligado com a istração do Hospital de Caridade, é o do ex-provedor Antônio Coury, libanês nascido em 1899, que chegou em Vargem Grande do Sul em 1920. Dirigiu o Hospital durante cerca de 15 anos, no período de 1966 a 1980, realizando grandes obras, como a construção da maternidade, do centro obstétrico, da pediatria, reelaborou o estatuto da entidade e legalizou sua situação para que pudesse receber verbas estaduais e federais.
Foi durante sua gestão que se pode verificar a presença da Loja Maçônica Renascença II na direção do Hospital de Caridade. Até hoje o seu nome ecoa no Hospital como sinônimo de boa gestão, humildade, determinação, honestidade, sendo muito irado pelo que realizou na época em que esteve à frente da entidade.
Sala de Reuniões Francisco de Assis Mazuco Manoel
O Francisco Mazuco Manoel é o funcionário mais antigo. Foto: Reportagem
O Centenário do Hospital de Caridade vai ser comemorado com a presença do funcionário mais antigo da entidade, o Francisco de Assis Mazuco Manoel, que foi homenageado por seus quase 60 anos dedicados ao Hospital, com uma placa instalada na Sala de Reuniões, inaugurada em 17 de setembro de 2016.
Assis ingressou no Hospital de Caridade no dia 14 de abril de 1967. Na época tinha 14 anos e foi trabalhar como office-boy. Está até hoje na istração da entidade e tudo que acontece na instituição, a pelo seu crivo, dado o grande conhecimento que adquiriu em mais de meio século de serviços prestados e que é fundamental para ajudar os provedores e agora interventores na istração burocrática e econômica do Hospital de Caridade.
Benfeitores do Hospital de Caridade
Placas estão fixadas no saguão de entrada do Hospital
Ao observarmos as muitas placas espalhadas pelo Hospital de Caridade, há de se notar que a generosidade das pessoas, políticos e entidades em ajudar a instituição é reconhecida e as istrações que aram pelo nosocômio fazem questão de salientar os nomes destes benfeitores e o quanto é importante para a sobrevivência do Hospital, as muitas doações feitas ao mesmo.
Assim, podemos notar logo no saguão de entrada do Hospital, uma placa maior onde se lê: “Benfeitores do Hospital de Caridade”, e abaixo, o nome de vários deputados estaduais e federais que contribuíram com suas emendas para destinar preciosas verbas para o Hospital.
São ajudas fundamentais para equilibrar as contas da maior instituição filantrópica do município de Vargem Grande do Sul, que vive em constante déficit orçamentário e precisa das contribuições para continuar prestando os relevantes serviços a todos que o procuram.
Ao adentrar ao prédio, vê-se algumas placas contendo nomes como o de Nair Bolonha, dado ao Centro Obstétrico, reinaugurado em março de 2005; agradecimento ao empresário Lúcio Bolonha Funaro, instalada na Sala de Espera; ao Rotary Club de Vargem Grande do Sul pela sua contribuição; à empresária do agronegócio Ângela Maria de Oliveira Marão e também aos prefeitos Celso Ribeiro e Amarildo Duzi Moraes pelas ações que foram benéficas ao Hospital de Caridade.
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