Profissionais da saúde municipal falam sobre as doenças respiratórias, com destaque para a bronquiolite 2h5336

O médico infectologista, Dr. Marcelo Luiz Gallotti, alerta sobre bronquiolite

Com a chegada do inverno e o aparecimento de muitos casos de bronquiolite e outras doenças respiratórias na cidade, com a morte de um bebê e o encaminhamento de outros dois para UTI Infantil da região, conforme matéria publicada pela Gazeta de Vargem Grande no final do mês ado, a reportagem do jornal entrevistou o dr. Marcelo Luiz Galotti Pereira, médico infectologista da rede pública municipal e a enfermeira Kátia de Cássia Faustino Sousa, coordenadora da Vigilância em Saúde do município, que falaram a respeito, alertando a população sobre os cuidados que devem ser tomados durante o inverno.
Relataram que está tendo alguns casos na cidade, assim como na região, salientando que esse período é normal o aumento de casos devido a chegada do inverno. “Nestes meses a temperatura e a umidade do ar diminuem, com isso, ocorre o ressecamento das mucosas que revestem o aparelho respiratório, diminuindo sua capacidade de filtrar, remover e combater alérgenos e agentes infecciosos”, informaram.
Citaram que as pessoas tendem a se aglomerar em locais pouco ventilados, sem renovação de ar e com grande proximidade entre elas, favorecendo a transmissão de doenças respiratórias infecciosas, como a gripe, a COVID-19 e a bronquiolite, tendo assim aumento da incidência de vírus sazonais (influenza, parainfluenza e vírus sincicial respiratório), que se tornam mais ativos nessas estações.

O perigo de se contrair a bronquiolite
Sobre a bronquiolite, dr. Marcelo Luiz Galotti Pereira afirmou que é uma doença respiratória aguda que afeta principalmente crianças com menos de dois anos. “Ela é caracterizada pela inflamação dos bronquíolos, isto é, pequenas vias aéreas nos pulmões, que ligam os brônquios aos alvéolos (partes importantes do sistema respiratório) e tem o diâmetro menor que o grafite de um lápis num bebê menor que seis meses, por exemplo”.
Na sua explicação, o médico ressalta que o bloqueio do bronquíolo leva a uma dificuldade para a saída de ar dos pulmões, e causa um assobio (chiado) durante a agem do ar por esses tubinhos mais estreitados. Quanto menor for o bebê, mais estreito é o bronquíolo e qualquer inchaço já leva a uma obstrução significativa.
A bronquiolite é causada principalmente por infecções virais, e o vírus sincicial respiratório (VSR) é o agente infeccioso mais comum associado a essa condição. No entanto, outros vírus respiratórios também podem desencadear quadros de bronquiolite como o adenovírus, principalmente em crianças mais velhas. O rinovírus é um dos principais agentes causadores do resfriado comum e pode, em alguns casos, levar ao desenvolvimento de bronquiolite. O vírus da influenza (gripe) pode causar sintomas respiratórios graves e, em alguns casos, resultar em bronquiolite; o mesmo acontecendo com o metapneumovírus, que pode causar infecções do sistema respiratório, o que inclui a bronquiolite.
Explicou o médico que o início dos sintomas aparece com a infecção de vias aéreas superiores, febre baixa e rinorreia (nariz escorrendo), evoluindo em 2 a 3 dias com tosse, taquipneia, sibilância ou estertoração, aumento do esforço respiratório e apneia, principalmente em crianças menores de 2 meses de idade, com o diagnóstico sendo baseado na história e no exame físico, utilização de Rx de tórax e testes virais

Trabalhando a prevenção
Segundo a enfermeira Kátia de Cássia Faustino Sousa, coordenadora da Vigilância em Saúde, o Departamento de Saúde vem trabalhando na prevenção, promoção e recuperação desses pacientes para que possam ser evitados casos graves e recuperar os que tiveram evolução o mais rápido possível.
Sobre as orientações necessárias, a profissional da Saúde disse que é muito importante lavar regularmente as mãos com água e sabão com frequência, especialmente antes de levar a mão ao rosto, antes das refeições, após ida ao banheiro, após tossir ou espirrar e tocar superfícies públicas, como balcões, corrimões, etc. é muito importante. Em situações de indisponibilidade de água e sabão, usar álcool 70% ou álcool gel.
Procurar locais ventilados, deixando as janelas abertas sempre que possível, mesmo em dias frios para garantir a circulação do ar e dispersar nuvens virais, é outra recomendação da enfermeira, bem como evitar contato próximo com pessoas resfriadas ou gripadas. Salientou que é particularmente importante para bebês e crianças pequenas, que são mais vulneráveis, os vírus transmitidos por gotículas respiratórias alcançam outra pessoa até em um metro de distância.
Para prevenir a contaminação pelo ar, a coordenadora da Vigilância em Saúde explica que ao tossir ou espirrar, é importante cobrir a boca e o nariz com um lenço descartável ou com o cotovelo, pois este ato ajuda a evitar a propagação de partículas respiratórias no ar.
Outro fator importante recomendado pela enfermeira, é a pessoa hidratar-se bem, bebendo bastante água para manter mucosas respiratórias úmidas, além de evitar aglomerações e usar máscaras, especialmente idosos e imunossuprimidos. Umidificar os ambientes utilizando umidificadores ou bacias com água no local de dormir, também é citado como boas práticas para evitar as doenças respiratórias, sem se descuidar da alimentação equilibrada, que deve ser rica em vitamina C, Zinco, antioxidantes. Por fim, não compartilhar objetos pessoais.

A importância da vacinação
O dr. Marcelo Luiz Galotti Pereira é um entusiasta da vacinação no Brasil e o lema “Prevenir sempre é melhor do que remediar”, foi citado na entrevista que realizou ao jornal Gazeta de Vargem Grande. Para ele, a vacina é uma das maiores conquistas da ciência e citou alguns exemplos cientificamente comprovados, como a varíola, uma das doenças mais antigas e letais da humanidade, que esteve presente milênios antes de Cristo e perdurou até o século XX depois de Cristo, causando entre 300 a 500 milhões de mortes no mundo. “Foi a primeira doença a ser erradicada no mundo apenas pela vacinação”, citou.
Explicou que a partir daí, a vacina foi fundamental no controle ou na erradicação de várias doenças como: tuberculose, coqueluche, difteria, tétano, poliomielite, etc.

Vacinação anti-influenza
Responsável pela vacinação no município, a enfermeira Kátia de Cássia Faustino Sousa, coordenadora da Vigilância em Saúde do município, informou sobre os tipos de vacinas aplicadas, citando a vacina trivalente, produzida no Instituto Butantan, que é distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As vacinas combatem a Influenza A (H1N1) – isolada em Victoria (Áustria – 2022); a Influenza A (H3N2) – isolada na Croácia – 2023 e a Influenza B – linhagem Victória (Áustria – 2021).
Explicou que a vacina de vírus inativados e fragmentados, garante segurança e eficácia para todas as faixas etárias, sendo especialmente recomendada para grupos prioritários, como, crianças, gestantes, idosos e pessoas com comorbidades.
A coordenadora disse que a vacina foi liberada para toda a população acima de 6 meses e que estão sendo oferecidas em todas as unidades de saúde do município e salas de vacina. “Também estão sendo realizadas ações de vacinação em pacientes acamados e locais estratégicos com grande concentração de pessoas. Nossa pretensão é vacinar 90% da população com maior atenção aos grupos prioritários, que incluem crianças acima de 6 meses”, afirmou.

Vacinação contra COVID-19
Na entrevista que concedeu ao jornal, disse que atualmente, no Brasil, o Programa Nacional de Imunização (PNI), prevê a istração das seguintes vacinas contra COVID-19: Pfizer (Comirnaty) aprovada a partir dos 6 meses de idade (Baby); Moderna (Spike Vax) – também indicada para crianças a partir de 6 meses e adultos; Zalik Farmacêutica – aprovada para pessoas a partir de 12 anos de idade, com esquema de duas doses e um reforço após 6 meses para maiores de 18 anos.
Afirmou que a vacinação contra COVID-19 é a principal medida de proteção contra esta doença. “É importante manter o esquema vacinal em dia, principalmente para grupos prioritários. Variantes em circulação Ômicron, subvariante XBB.1.5 (Kraken), é uma das principais variantes circulando no Brasil”, disse.

Tratamento contra a bronquiolite
O médico infectologista Marcelo Luiz Galotti Pereira explicou ao jornal que o tratamento da bronquiolite é principalmente de e, pois a condição é causada por infecções virais e, geralmente, resolve-se por conta própria.
Disse que algumas abordagens para auxiliar o procedimento são: hidratação adequada, especialmente se houver dificuldades na alimentação devido à respiração difícil; o monitoramento respiratório, onde prestar atenção na respiração e oxigenação do paciente é essencial, sendo que em alguns casos, pode ser necessário fornecer oxigênio suplementar.
Com relação ao uso de medicações a critério médico, foram citados a importância da lavagem nasal com soro fisiológico. Quanto aos critérios de gravidade e hospitalização, foi citado que nestes casos são tomadas medidas necessárias quando a saturação persistente baixa, menor que 90% a 92%; quando houver casos que envolvem a apneia documentada; o paciente apresentar dificuldade alimentar importante; o aparecimento de cianose e sinais de exaustão ou hipoxemia. Citou como comorbidades as cardiopatias, prematuridade e imunodeficiências.

DEIXE UMA RESPOSTA Cancelar resposta 4t2j1i

Por favor insira seu comentário
Por favor insira seu nome aqui